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    Madrasta: o estigma por trás do termo

    7min 46sec Atualizado em outubro 20, 2025
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    Madrasta: o estigma por trás do termo

    Quem nunca ouviu histórias de princesas perseguidas por madrastas cruéis? Estes contos de fadas, como Branca de Neve e Cinderela, são apresentados desde a infância, mas o estigma não para na ficção. Na vida real, muitas mulheres relatam o desafio de carregar o título de "madrasta", sendo frequentemente julgadas antes mesmo de qualquer convívio com os enteados.

    O contraste é evidente nos dicionários: enquanto "padrasto" é definido neutralmente como "homem em relação aos filhos anteriores da mulher", "madrasta" carregou por muito tempo significados como "mulher má, incapaz de sentimentos afetuosos". Neste artigo, desmistificamos essa visão, explorando a origem do termo, compartilhando direitos e oferecendo dicas práticas para uma relação saudável em famílias reconstituídas.

    Madrasta significado, origem e evolução do termo

    Do latim mater ao dicionário moderno

    A palavra madrasta tem sua origem no latim popular matrasta, que significa "a nova mulher do pai". Surgida no século XIII, carrega a raiz de mater, que significa "mãe". Desde seu nascimento, o termo trouxe consigo um estigma negativo, que se propagou através dos séculos por meio de contos de fadas e histórias infantis. A figura da madrasta foi historicamente associada a características negativas, diferentemente do que ocorreu com o termo padrasto, que manteve uma definição neutra como "homem em relação aos filhos anteriores da mulher".

    Movimento que mudou a definição pejorativa

    Em 2022, um importante movimento de transformação começou quando Mariana Camardelli, fundadora do "Somos Madrastas", iniciou um abaixo-assinado para pressionar o Google e dicionários como o Michaelis a removerem definições pejorativas. A campanha foi bem-sucedida e, em julho de 2023, a definição foi oficialmente alterada para "mulher em relação aos filhos anteriores da pessoa com quem passa a constituir sociedade conjugal". Esta mudança representa uma vitória significativa contra estereótipos que, segundo o psicanalista Bruno Bettelheim em sua análise dos contos de fadas, reforçavam preconceitos históricos e afetavam negativamente a percepção social da figura da madrasta.

    Me tornei madrasta, e agora?

    Tornar-se madrasta é uma jornada que envolve desafios únicos e oportunidades de construir relacionamentos significativos. Embora não exista um manual definitivo, há caminhos para estabelecer uma convivência harmoniosa com seus enteados e criar um ambiente familiar saudável para todos.

    Definindo papéis com o pai e a ex-esposa

    Antes de tudo, é fundamental estabelecer uma comunicação clara com seu marido sobre seu papel na vida das crianças. Nem toda madrasta deseja ou precisa assumir funções maternas, e isso precisa ser respeitado.

    • Defina junto ao pai quais serão suas responsabilidades no dia a dia
    • Estabeleça uma comunicação respeitosa com a ex-esposa quando possível
    • Evite intermediar conflitos entre seu parceiro e a mãe das crianças

    Construindo uma boa relação com as crianças

    A construção de uma boa relação com os enteados requer tempo, paciência e respeito pelo espaço emocional deles. Lembre-se que eles também estão se adaptando à nova configuração familiar.

    • Permita que o vínculo se desenvolva naturalmente, sem forçar intimidade
    • Crie momentos especiais para conhecer melhor cada criança individualmente
    • Reconheça e valide os sentimentos dos enteados, inclusive o ciúme

    Cuidar de si para cuidar dos enteados

    Muitas madrastas se dedicam tanto a conquistar seus enteados que acabam negligenciando suas próprias necessidades. O autocuidado não é egoísmo, mas uma necessidade para manter relacionamentos saudáveis.

    • Reserve momentos para atividades que tragam bem-estar e renovem suas energias
    • Busque apoio em grupos de madrastas ou terapia quando necessário
    • Estabeleça limites claros para proteger sua saúde emocional
    O que fazer O que evitar
    Respeitar o tempo de adaptação das crianças Tentar substituir a mãe biológica
    Estabelecer regras em conjunto com o pai Competir pela atenção do marido com os filhos
    Celebrar pequenas conquistas na relação Tornar-se o personagem da "madrasta má"

     

    Lembre-se de que sua posição é única e valiosa. Você não está ali para substituir ninguém, mas para somar amor e cuidado à vida dessas crianças. Com paciência, respeito e diálogo constante, é possível construir uma relação gratificante com seus enteados, sem cair no estereótipo negativo que ainda cerca o termo "madrasta".

    Madrasta é parente? Direitos e deveres legais

    No Brasil, a madrasta é considerada parente por afinidade, conforme estabelecido pelo Código Civil. Este vínculo jurídico ocorre quando uma pessoa se casa ou vive em união estável com alguém que já possui filhos de um casamento anterior. Embora o termo "madrasta" carregue estigmas negativos, a legislação brasileira reconhece direitos e deveres específicos nessa relação familiar.

    Herança, guarda e pensão alimentícia

    Quanto à herança, a madrasta não é considerada herdeira necessária dos enteados, assim como os enteados não têm direito automático à herança da madrasta. Porém, quando o pai falece, a madrasta, como companheira ou cônjuge sobrevivente, tem direito à metade dos bens adquiridos durante a união, seguindo o regime de comunhão parcial de bens. Considere o caso de Maria, que após o falecimento de seu marido José, recebeu metade dos bens adquiridos durante os 10 anos de casamento, enquanto a outra metade foi dividida entre os filhos do casamento anterior.

    Em relação à guarda, a madrasta não possui automaticamente esse direito, mas pode solicitá-la judicialmente em casos onde comprove vínculo afetivo significativo e quando isso representar o melhor interesse da criança, especialmente se o pai estiver ausente ou falecido. A pensão alimentícia também pode ser requerida pela madrasta em favor do enteado quando existir dependência econômica comprovada.

    Reconhecimento de paternidade socioafetiva

    O reconhecimento da paternidade socioafetiva representa uma evolução importante no direito de família brasileiro. Tanto padrastos quanto madrastas podem solicitar esse reconhecimento, que pode ser realizado por via judicial ou extrajudicial (em cartório). Este processo estabelece um vínculo legal entre a madrasta e o enteado, conferindo os mesmos direitos e deveres de uma relação entre mãe e filho biológico.

    Para que esse reconhecimento seja concedido, é necessário comprovar a existência de uma relação pública, contínua, duradoura e consolidada, típica da relação filial. Um exemplo é o caso de Roberto, que após criar seu enteado Pedro desde os 2 anos de idade, conseguiu o reconhecimento da paternidade socioafetiva quando o menino completou 15 anos, permitindo inclusive a inclusão de seu sobrenome no registro do adolescente.

    Esse tipo de reconhecimento garante direitos sucessórios, previdenciários e de convivência, fortalecendo juridicamente os laços construídos no dia a dia familiar, independentemente da ausência de vínculo biológico com o pai ou mãe do enteado.

    De Cinderela a Branca de Neve: a madrasta nos contos de fadas e na Disney

    Quem não conhece as histórias de Cinderela e Branca de Neve? Estes clássicos contos de fadas, popularizados pelos Irmãos Grimm no início do século XIX e posteriormente imortalizados pela Disney, contribuíram significativamente para a construção do estereótipo negativo das madrastas. Nas telas do cinema ou nas páginas dos livros, a figura da "mulher má" ganhou contornos inesquecíveis que permanecem no imaginário coletivo até hoje.

    Como o estereótipo da 'mulher má' surgiu

    A imagem da madrasta malvada não surgiu por acaso. Os Irmãos Grimm, ao coletarem e adaptarem histórias populares em 1812, incorporaram elementos que refletiam tensões sociais da época. Naquele período, era comum que crianças ficassem sob os cuidados de madrastas após o falecimento de suas mães biológicas, criando conflitos por recursos e atenção. Lady Tremaine, a elegante e cruel madrasta de Cinderela, e a Rainha Rowenna, obcecada pela beleza em Branca de Neve, tornaram-se arquétipos da maldade feminina, símbolos de opressão e inveja que transcenderam gerações.

    Novas representações no cinema e na TV

    Felizmente, o cinema moderno tem oferecido novas perspectivas sobre as madrastas. Em 1998, o filme "Lado a Lado", com Julia Roberts e Susan Sarandon, apresentou uma visão mais complexa sobre o tema, mostrando os desafios reais de uma mulher que se casa com um viúvo. Mais recentemente, em 2022, o thriller psicológico "A Madrasta" trouxe Holly (Aisling Loftus) em uma narrativa sombria que subverte expectativas. Já em 2023, o cinema francês contribuiu com "Os Filhos dos Outros", explorando a vulnerabilidade humana nessa relação familiar. Diferente dos filmes de terror que ainda exploram o estereótipo da madrasta assustadora, essas produções oferecem uma representação mais nuançada, refletindo a diversidade de experiências reais das famílias contemporâneas.

    Como conversar com as crianças sobre ter uma madrasta

    Abordar o tema da madrasta com as crianças requer sensibilidade e palavras adequadas. Uma comunicação aberta e honesta ajuda a construir uma base sólida para uma boa relação entre todos os envolvidos, especialmente quando consideramos que as crianças podem ter referências negativas sobre madrastas dos contos de fadas.

    Palavras adequadas para cada faixa etária

    A escolha da palavra certa no momento certo faz toda diferença na compreensão das crianças. Para os pequenos de 2 a 5 anos, use linguagem simples e concreta, como "amiga especial do papai" antes de introduzir o termo "madrasta". Crianças de 6 a 9 anos já podem entender explicações mais elaboradas sobre relacionamentos, mas ainda precisam de palavras claras e diretas. Já os pré-adolescentes conseguem compreender nuances emocionais e podem participar mais ativamente da conversa, expressando suas próprias preocupações.

    Promovendo segurança emocional

    Para garantir que as crianças se sintam emocionalmente seguras durante esse processo, é fundamental validar seus sentimentos e criar um ambiente de confiança. Envolva a mãe biológica na conversa, quando possível, pois isso demonstra respeito e cooperação entre adultos. Mantenha rotinas estáveis e celebrações familiares importantes, mesmo após mudanças na estrutura familiar.

    Algumas frases que podem ajudar a promover segurança emocional:

    • "Ter uma madrasta não significa substituir sua mãe, significa ter mais uma pessoa para te amar"
    • "Todos os seus sentimentos são válidos e podemos conversar sobre eles sempre que precisar"
    • "Sua mãe sempre será sua mãe, e isso nunca vai mudar"
    • "Estamos construindo uma nova família juntos, e sua opinião é muito importante para nós"

    Onde encontrar mais informações?

    A busca por acolhimento em uma sociedade que historicamente estigmatizou madrastas não é fácil. Reconhecendo essa necessidade, a educadora parental Mariana Camardelli, que é enteada, madrasta e mãe, criou a comunidade Somos Madrastas (@somos.madrastas no Instagram), que hoje conta com mais de 70 mil seguidores.

    Por lá, você encontra desde relatos reais do dia a dia de uma madrasta até dicas práticas para momentos desafiadores. Mari, como é carinhosamente conhecida, transformou suas próprias experiências em uma rede de apoio que hoje inclui livros, eBooks e uma comunidade ativa que desconstrói o estereótipo da "madrasta má" da Disney.

    Em novembro de 2022, Mari lançou o livro "Madrasta & Mãe: e agora?" com o apoio da Mustela, abordando a maternidade durante a experiência como madrasta. E boas notícias: em 2025 está previsto o lançamento de sua nova obra, que promete trazer ainda mais ferramentas para auxiliar madrastas em sua jornada.

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