Primeiros sintomas e tratamento da doença mão-pé-boca
Nada deixa os pais mais aflitos do que ver seus filhos doentes, especialmente quando se trata de uma infecção viral sem tratamento específico. Para tranquilizar as famílias, a doença mão-pé-boca raramente causa complicações graves, sendo autolimitada. Neste artigo, identificamos os sintomas iniciais, explicamos as formas de prevenção e apresentamos as melhores opções de tratamento para seu filho.
Você sabe o que é a doença mão-pé-boca (CID B08.4)?
A doença mão-pé-boca é uma infecção viral contagiosa causada pelo vírus Coxsackie, pertencente à família dos enterovírus. É caracterizada pelas pequenas vesículas que aparecem em partes específicas do corpo como mãos, pés e boca. Embora seja mais comum em crianças de até 5 anos, pessoas de qualquer idade podem contrair a doença, inclusive adultos, principalmente aqueles com sistema imunológico comprometido. Não costuma trazer complicações graves, mas é extremamente contagiosa e, por isso, espalha-se rapidamente em creches e escolas.
Características importantes:
- Pertence à família dos enterovírus (Picornaviridae)
- Classificada sob o código CID B08.4 (estomatite vesicular com exantema)
- Afeta principalmente crianças menores de 5 anos
- Diagnóstico precoce é essencial para controle de surtos
Segundo a especialista Doutora Marjorie Uber Iurk, Dermatologista Pediátrica, apesar de a maioria dos casos serem leves e autolimitados, algumas crianças podem apresentar sintomas intensos, desconforto, dificuldade para se alimentar e ingerir líquidos. "Raríssimos casos podem evoluir com sintomas mais graves neurológicos ou cardíacos", completou a Dra. Marjorie.
Transmissão e tempo de contágio da doença mão-pé-boca
A doença mão-pé-boca se espalha rapidamente em ambientes coletivos como creches e escolas devido à proximidade entre as crianças e o compartilhamento de objetos. O vírus Coxsackie é altamente contagioso e pode permanecer ativo por semanas, mesmo após o desaparecimento dos sintomas.
O período de incubação varia de 1 a 7 dias, sendo que o maior risco de contágio ocorre na primeira semana da doença. No entanto, é importante saber que o vírus pode continuar sendo eliminado pelas fezes por aproximadamente quatro semanas após a recuperação.
| Via | Exemplo | Período de contágio | Cuidados |
|---|---|---|---|
| Contato direto | Beijos, abraços, toques | Durante todo período sintomático | Evitar contato próximo com pessoas infectadas |
| Via fecal-oral | Troca de fraldas | Até 4 semanas após recuperação | Lavar as mãos após usar o banheiro ou trocar fraldas |
| Secreções respiratórias | Tosse, espirros, saliva | 1ª semana da doença | Usar máscara e cobrir boca ao tossir/espirrar |
| Fluidos das lesões | Líquido das vesículas | Enquanto houver lesões ativas | Evitar contato com as feridas |
| Objetos contaminados | Brinquedos, talheres, copos | Vários dias após contaminação | Higienizar superfícies e objetos frequentemente |
Quais são os sintomas da doença mão-pé-boca?
Primeiros sinais e sintomas iniciais
Após o período de incubação, que varia entre 3 a 7 dias após o contato com o vírus Coxsackie, os primeiros sintomas da doença mão-pé-boca se assemelham aos de um resfriado comum. Inicialmente, a criança pode apresentar febre alta (geralmente o primeiro sinal), mal-estar geral, dor de garganta, perda de apetite, irritabilidade e, em alguns casos, diarreia e vômitos. Estes sintomas iniciais podem durar de 1 a 3 dias e frequentemente precedem o aparecimento das lesões características.
Lesões, bolhas e coceira na pele
Aproximadamente 1 a 2 dias após o início da febre, surgem as manifestações cutâneas típicas da doença:
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Erupções na boca: pequenos pontos vermelhos que evoluem para vesículas dolorosas semelhantes a aftas. Estas lesões aparecem na parte interna dos lábios, gengivas, língua, céu da boca e faringe, causando dor significativa ao engolir. Esta dor pode dificultar a alimentação, provocando salivação excessiva e recusa de alimentos e líquidos.
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Erupções nas mãos e pés: manchas vermelhas nas palmas das mãos e solas dos pés que inicialmente não têm textura e podem causar coceira. Com o passar do tempo, transformam-se em pequenas bolhas dolorosas cujo conteúdo é altamente contagioso. Estas lesões também podem surgir ao redor da boca, na região genital, nádegas, cotovelos e joelhos.
Para aliviar o desconforto das lesões bucais, recomenda-se oferecer alimentos pastosos como purês e mingaus, além de bebidas geladas como sucos naturais e sorvetes, que são mais fáceis de engolir e ajudam a manter a hidratação adequada do organismo.
Mão-pé-boca em bebês, crianças e adultos: diferenças
A doença mão-pé-boca manifesta-se de formas distintas conforme a idade. Na primeira infância, especialmente em bebês menores de 2 anos, os sintomas costumam ser mais intensos, com febre alta que pode causar irritabilidade e recusa alimentar. O risco de desidratação é significativamente maior nesta fase, pois as lesões dolorosas na boca dificultam a ingestão de líquidos, podendo exigir internação hospitalar em casos graves.
Em crianças em idade escolar, a doença apresenta-se com o quadro clássico de erupções nas mãos, pés e boca, mas geralmente com sintomas moderados. A maioria dos casos evolui sem complicações, embora seja fundamental manter o isolamento escolar por 7 a 10 dias para evitar surtos, já que o vírus é altamente contagioso nesta fase.
Já nos adultos, a infecção costuma ser mais branda ou até assintomática. Quando manifestada, as lesões podem ser mais extensas e atingir áreas atípicas como tronco e couro cabeludo, porém com menor impacto na saúde geral devido à imunidade previamente adquirida.
Tratamento e alívio dos sintomas da mão-pé-boca
Por se tratar de uma infecção viral, não existe tratamento específico para a doença mão-pé-boca. O foco do tratamento está no alívio dos sintomas e no conforto da criança enquanto o organismo combate o vírus naturalmente. Segundo especialistas, é fundamental evitar medicações ou produtos sem orientação médica, pois podem piorar as lesões ou aumentar o risco de cicatrizes.
Para aliviar os sintomas e proporcionar maior conforto ao seu filho, alguns cuidados são recomendados:
- Medicamentos seguros: Antitérmicos como paracetamol e anti-inflamatórios como ibuprofeno podem ser utilizados para controlar a febre e aliviar as dores, sempre seguindo a orientação do pediatra quanto à dosagem adequada.
- Hidratação em pequenos goles: Ofereça líquidos frequentemente, em pequenas quantidades, para evitar a desidratação, especialmente quando há dificuldade para engolir devido às lesões na boca.
- Alimentos pastosos e frios: Gelatinas, pudins, sorvetes e frutas amassadas são mais fáceis de engolir e podem acalmar as lesões na boca, facilitando a alimentação.
- Creme reparador hidratante: Após a melhora inicial, aplique um creme reparador hidratante nas lesões da pele para hidratar, acalmar e auxiliar no processo de cicatrização.
- Repouso adequado: Mantenha a criança em casa até que os sintomas melhorem, evitando a disseminação do vírus.
Consulte imediatamente um pediatra se a criança apresentar sinais de desidratação, febre persistente por mais de 3 dias ou agravamento dos sintomas.
Duração da doença, isolamento e possibilidade de reinfecção
A doença mão-pé-boca geralmente dura entre 7 e 10 dias, com os sintomas mais intensos concentrados nos primeiros 2 a 3 dias. Mesmo após a recuperação clínica, é importante saber que a pessoa pode continuar transmitindo o vírus pelas fezes por até 4 semanas e pela via respiratória por até 30 dias. O retorno à escola ou creche deve ocorrer somente 24 horas após o desaparecimento da febre (sem uso de antitérmicos) e mediante atestado médico, embora algumas instituições recomendem aguardar até que as bolhas desapareçam completamente.
Vale destacar que ter sido infectado uma vez não garante imunidade permanente, já que é possível contrair a doença mais de uma vez. A infecção ocorre durante o ano todo, com maior prevalência em determinadas épocas, especialmente em ambientes como escolas e creches.
Procure atendimento médico imediatamente se a criança apresentar:
- Febre muito alta ou persistente por mais de 3 dias
- Rigidez no pescoço ou dor de cabeça intensa
- Sonolência excessiva ou confusão mental
- Convulsões ou movimentos involuntários
- Dificuldade para respirar
Prevenção e hábitos de higiene essenciais
Por ser uma doença extremamente contagiosa, é importante redobrar os cuidados de higiene ao saber de um caso no seu círculo social. Mesmo que o seu filho não apresente sintomas, alguns hábitos preventivos devem ser adotados:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente antes de tocar os olhos, nariz e boca
- Higienizar as mãos após trocar fraldas, dar banho, usar o vaso sanitário, limpar o nariz, tossir ou espirrar
- Limpar e desinfetar regularmente superfícies como trocadores, banheiras, corrimãos e brinquedos com solução de água sanitária diluída (uma colher de sopa para cada litro de água)
- Evitar contato próximo com pessoas infectadas, como beijos, abraços ou compartilhamento de utensílios
- Ensinar as crianças a cobrirem a boca ao tossir ou espirrar, preferencialmente com o antebraço
- Não compartilhar objetos pessoais como toalhas, talheres e copos durante surtos
A transmissão do vírus pode ser significativamente reduzida com estas recomendações simples, mas eficazes. Conte com a Mustela para tirar suas dúvidas em nossos canais de atendimento e não hesite em procurar ajuda médica assim que surgirem os primeiros sintomas em seu filho.
FAQ sobre a doença mão-pé-boca
Quais são os primeiros sinais da doença mão-pé-boca?
Os primeiros sinais geralmente incluem febre alta, mal-estar e dor de garganta. Após 1 a 2 dias, surgem manchas vermelhas na boca que evoluem para lesões dolorosas, seguidas por pequenas bolhas nas palmas das mãos e solas dos pés.
Qual pomada usar para síndrome mão-pé-boca?
Não existe pomada específica que elimine o vírus. Para aliviar as lesões, recomenda-se o uso de cremes reparadores hidratantes que acalmem a pele irritada. Consulte sempre o pediatra antes de aplicar qualquer produto nas áreas afetadas.
Como aliviar os sintomas da síndrome mão-pé-boca?
Ofereça alimentos frios e macios para reduzir o desconforto na boca. Mantenha a criança bem hidratada e use antitérmicos conforme orientação médica. Os cuidados com a pele incluem manter as áreas afetadas limpas e hidratadas.
Doença pé-mão-boca pode virar meningite?
Raramente. Em casos excepcionais, a doença pode evoluir para complicações neurológicas como meningite viral. A maioria dos casos é leve e autolimitada, sem necessidade de internação. Não existem vacinas para prevenção desta doença.