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Como evitar problemas de pele na gravidez?

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Durante a gestação, o corpo da mulher sofre mudanças fisiológicas importantes, que vão desde alterações metabólicas e hormonais até vasculares, todos com tendência a desaparecer após o parto. Em conteúdo divulgado no Simpósio RADLA, maior evento de Dermatologia da América Latina, a dermatologista Dra. Ediléia Bagatin afirma que essas mudanças acontecem por uma série de fatores. Um deles é o crescimento da atividade de glândulas como hipófise, tireoide e adrenais, ocasionando a ampliação dos níveis de cortisona.

Além disso, durante a gravidez, há um aumento expressivo na produção de proteínas e hormônios como a progesterona e estrogênio. Juntas, todas essas mudanças podem impactar de maneira negativa a vida da gestante, ocasionando queda de cabelos, piora da acne, surgimento de melasmas, etc.

Pelos, unhas e cabelos

Enquanto algumas mulheres vibram porque os cabelos ficam mais volumosos e brilhantes durante a gestação, outra grande parcela percebe uma redução significativa dos fios devido à queda. “A gravidez acarreta uma perda de moderada a intensa nos primeiros cinco meses de gestação. Mas o quadro se reverte rapidamente no pós-parto e tem excelente prognóstico”, afirma a dermatologista.

No caso dos pelos, a quantidade pode aumentar, especialmente no início da gestação. Pernas, buço, sobrancelha, axilas, virilha: as grávidas conseguem perceber facilmente a multiplicação dos pelos nessas regiões. Isso acontece graças ao crescimento na produção de hormônios andrógenos (masculinos) pelo ovário.

Já as unhas, que tendem a crescer mais durante este período, também podem sofrer alterações como desprendimentos, surgimento de manchas brancas e até ressecamento. “Por isso, deve-se evitar o uso de cosméticos para as unhas, que podem causar mais danos”, finaliza a Dra. Ediléia.

 

Melasmas

Manchas escuras na pele, conhecidas como melasmas, costumam aparecer (ou piorar) em mulheres grávidas, especialmente no rosto. O melasma costuma surgir na segunda metade da gravidez e pode atingir até 75% das mulheres. Este problema de pele tende a regredir espontaneamente até um ano após o parto. 

Sua causa é desconhecida, mas é determinada por predisposição genética e relacionada diretamente à exposição solar. A dermatologista Dra. Juliana Nakano explica que a melhor forma de prevenir o surgimento do melasma é usar filtro solar diariamente. “Lembrando que o filtro precisa ser utilizado não somente para o sol, mas em qualquer situação de calor, mormaço ou lâmpadas muito quentes. Outra orientação é que as grávidas reapliquem o filtro, já que passando o produto somente pela manhã não é suficiente”, lembra.

 

Aumento da acne

O médico dermatologista Dr. Marco Rocha lembra que cerca de 20% das mulheres adultas têm acne e que as alterações fisiológicas que ocorrem na gestação podem agravar ainda mais o aparecimento destas lesões na pele. “Um estudo francês demonstrou que mais de 50% das pacientes com acne na gestação apresentavam o subtipo persistente da doença (aquele presente desde a adolescência) e que em cerca de 60% delas a acne piorou na gravidez”, enumera o especialista também em apresentação para o RADLA.

Assim como em fases anteriores da vida, a acne durante a gravidez surge principalmente na face, pescoço e tronco – regiões com maior incidência das glândulas sebáceas. Para tratar a acne durante a gravidez, a recomendação é não usar substâncias como antibióticos, por exemplo, devido ao aumento de resistência bacteriana.

Cremes ou peelings químicos à base de ácido retinóico também devem ser evitados no decorrer da gestação.  “A conduta ideal da acne na gestação é o início precoce do tratamento e a avaliação, juntamente com o obstetra, da necessidade do uso de medicações sistêmicas em casos selecionados”, completa o dermatologista. Para ajudar com a acne na gravidez, a dica é lavar a pele com sabão neutro, usar hidratante com textura não oleosa e, de preferência, que já tenha proteção solar, além de evitar ao máximo o uso de maquiagem.